segunda-feira, 24 de outubro de 2011

A Profecia de Hedhen - Resenha


A terra é Hedhen e ela está contaminada com injustiça e praticando culto a uma deusa cruel que exigia sangue. Esse reino, antes governado pelos primeiros luminares que adoravam o Grande Pai Criador, agora tem como rainha Atalia, uma rainha má que como seu objeto de culto exige sacrifico e sangue do povo que governa.Mas no meio de tantos males cresce duas crianças com profecias ligadas a seu nascimento: Deborah e Jael. Nelas está a esperança de todo o povo. Elas nasceram com a marca dos luminares da noite (Lua e Estrela) em seus corpos e estão sendo treinadas para combater Atalia e seu rei feiticeiro chamado Jabim. As personagens Deborah e Jael são as principais do livro até quase a metade do livro, quando o luminar do sol é revelado entre os guerreiros dos povos que lutam contra os exércitos de Atalia. O seu nome é Barak. Ele e Deborah, no meio da guerra de reconquista de Hedhen começam um romance, que é TUDO DE BOM!!!
Deborah é a messias da história , que sacrifica sua própria vida em prol do retorno da paz e justiça à sua terra . Mas ela não o faz sem conflitos interiores que nos fazem pensar o quanto Jesus, enquanto ser humano, sofreu até a consumação do seu propósito de ir a cruz.  Apesar do intuito do livro não ser proselitista, vemos nos diálogos dos personagens muita profundidade teológica sobre o porquê da adoração ao Pai (criador) e não a mãe natureza (criação). Dito isto, vemos que a autora tem entendimento especializado sobre o assunto pois o nome de seus personagens fazem alusão a Bílbia.
A inspiração da autora está claramente ligada aos romances épicos e de fantasia, como o "Senhor dos Anéis" de Tolkien e "Crônicas de Nárnia" de C.S. Lewis. Mas com o tom super gostoso de se ler de autores (a) de fantasia (ou romance fantástico) mais contemporâneos como Marion Zimmer Bradley (As brumas de Avalon e Darkova), Stephenie Meyer (Série Crepúsculo) e Eduardo Sphor (A Batalha do Apocalipse).
Na minha opinião esse livro possui a densidade teórico filosófica de Lewis e Tolkien, que agradará o público mais adulto, ao mesmo tempo que encanta com as aventuras dos personagens, leveza de perfis e agilidade das ações que concerteza agrada ao público mais jovem.
Portanto, Ana Cristina Lacerda Aguiar é uma autora digna de nota por conseguir que em quase 700 páginas criar um mundo caído e reconstruí-lo de maneira brilhante com personagens com características tanto humanas quanto ligações divinas.
Esse livro do qual eu falei agora ainda não foi lançado, mas já está registrado e é de uma escritora amiga pessoal minha. Ela tem um super talento para escrever. Ela é uma historiadora, teóloga e cristã autêntica. Em homenagem ao seu talento nato é que resolvi postar a primeira resenha do meu blog sobre o primeiro livro da sua série de livros sobre a Terra de Hedhen. Ela escreveu mais dois dessa série.
Vou deixar um pedacinho do começo da história para vocês ficarem com água na boca...


PRIMEIRA PARTE

Quando ela nasceu, Hulda a segurou nos braços. Uma menina de pulmões fortes, ela pensou. Um gemido que vinha do leito a fez voltar a atenção para a rainha que agonizava após o difícil parto.
- Hulda... - ela sussurrou com dificuldade. - Deixe-me ver o meu filho...
Hulda abaixou a criança até os braços sem forças da mãe.
- É uma menina, senhora - ela disse. - Uma futura rainha.
Cirene, a rainha, beijou a filha e pôs a mão sobre a cabecinha ainda desprovida de cabelos.
- Ela será uma rainha, sim... Uma rainha mais justa do que eu fui.
A criança começou a chorar e Hulda a passou para os braços da parteira que a levou para um quarto adjacente. Cirene pegou a mão de Hulda.
- Preciso lhe falar antes que a vida me deixe...
Hulda sentou-se.
- Estou pronta a ouvir e a obedecer, minha rainha.
- Não deixe que minha filha seja criada por Atalia. Minha irmã cultua uma deusa cruel e quer reviver antigas conquistas de tempos que não devem voltar mais. Deborah deve ser uma esperança de novos tempos. Há muitos anos não nasce uma rainha de linhagem pura.
- Não sei como fazer isso aqui no palácio, senhora. Atalia não suporta a minha presença e ela será a regente até que sua filha se torne adulta.
- Então, você deve tirar Deborah daqui.
Hulda não respondeu por estar surpresa demais diante da proposta da rainha.
- Hulda, os dias antigos não podem voltar e permanecer. Seria o fim de tudo. A escuridão virá enquanto minha filha cresce e se torna uma mulher. Estará no seu sangue o zelo pela luz.
- Minha rainha, a senhora foi ao Altar de Shilloh?
- Sim, eu fui. Ela tem uma missão a cumprir, Hulda. O equilíbrio que havia no início será restaurado através da união dos dois grandes tronos. A era dos Luminares estará de volta e haverá paz e justiça novamente.
A rainha apertou mais forte a mão de Hulda.
- Prometa que cuidará dela.
- Com a minha vida se for preciso, senhora. Partirei ainda essa noite e sua filha um dia retornará e sentará no trono que lhe está destinado. Eu prometo.
- Que o Grande Pai esteja com você, minha amiga e conselheira...
Hulda sentiu que a força da mão da rainha ia se esvaindo. Quando os olhos dela se fecharam e o peso da morte se fez sentir no lugar, Hulda permitiu-se chorar pela amiga.


Ela deveria sair antes que a notícia da morte da rainha se espalhasse. A noite seria o seu escudo de proteção. A parteira que era fiel a rainha contaria que a criança morrera de algum mal terrível e, por estar desfigurada, ela achou por bem enrolá-la em uma mortalha. Os medos e superstições não deixariam ninguém se atrever a desembrulhar o corpo da criança.
Hulda tomou o caminho da montanha. Ela foi a pé, seguindo o rio. Sabia bem para onde ir. A menina em seus braços era leve e dormia tranqüilamente.
- Durma, pequena. Sua vida não será fácil. Durma enquanto pode.
Perto do amanhecer, ela encontrou a trilha que levava as grutas. O mato havia subido o suficiente para cobri-la e escondê-la dos viajantes. Era uma subida difícil, mas Hulda tinha os pés de corça e não se cansava com facilidade.
Antes do amanhecer, ela chegou na entrada de uma gruta enorme. Dentro dela, o caminho prosseguia para dentro da montanha. Antes de alcançar o caminho, porém, havia um grande lago de água transparente e fresca. Hulda sentou-se nas margens do lago com a respiração ofegante.
- Agora, podemos descansar, minha princesa.
Ela retirou o manto e o estendeu dobrado em dois sobre um espaço no chão onde a areia era macia e depositou a criança que ainda dormia. Hulda sorriu. Aquela menina era um dos luminares profetizados no início dos tempos. A mulher pousou a mão suavemente sobre a superfície das águas e estas se agitaram. Como se tivesse ouvido o som de uma campainha, um vulto surgiu vindo de dentro da montanha. Era uma mulher e se vestia igual a Hulda.
- Irmã, o que a traz aqui? E quem é essa criança?
Hulda contou toda a história a Miriam. Esta olhou para os céus e agradeceu ao Grande Pai.
- A profecia é real e vai se cumprir.
- Duvidava disso? - perguntou Hulda.
- Não posso negar que houve momentos em que achei que não havia mais esperanças.
Miriam olhou para a menina com ternura.
- O que vai fazer com ela?
- Ela deve crescer longe daqui. Vou levá-la para o norte e deixá-la a salvo com um amigo.
- O norte - repetiu Miriam com um tom sombrio na voz.
- O que foi?
- Uma fumaça negra tem subido de Hazorah. Dizem que suas forjas estão criando novas carruagens de ferro. Um exército está sendo preparado.
- O poder de Hazorah está renascendo? Desde quando?
Miriam olhou para a menina ali deitada.
- Faz nove meses.

Ficou curioso? Entra no blog do livro: http://terradehedhen.blogspot.com/ e na comunidade do orkut: A Profecia de Hedhen: http://www.orkut.com.br/Main#Community?cmm=109273566.  A autora disponibiliza seu livro para leitores interessados através de pedidos na sua comunidade do orkut. Eu garanto que vale a pena ler. 

Um abraço!
Até o próximo post!

2 comentários: